quarta-feira, 26 de junho de 2013

Velho limpo

Chegarão inclusive a
dizer
coisas boas sobre
mim

como se eu tivesse
finalmente
alcançado a
razão.


Bukowski

Caetano e Bukowski

Rapte-me
Adapte-me
Capte-me
It's up to me
Coração
Ser querer ser
Merecer ser
Um camaleão...
Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas...
( Caetano Veloso)




Hoje estava conversando com a minha irmã sobre algumas músicas de MPB que aparentemente não se quer dizer nada. Mais indaguei para ela que essa falta de compreensão de algumas músicas, dar- se principalmente quando as absorvermos superfinalmente. Para se alimentar da quele conteúdo é preciso  enxergar a letra  livre de qualquer preconceito e pensamento formado, afinal a música é arte, e arte é libertação.
A música que postei parte da letra acima, é destes tipos que querem imaginação. A letra intitulada Rapte- me, Camaleoa. A música em si é uma verdadeira e autentica obra de arte. Adoro arte. Adoro Caetano e sua poesia. Gosto de compositores e poetas verdadeiros. 

Falando em arte, por que não mencionar um dos meus poetas favoritos, o grande Bukowski. A poesia de Bukowski é o próprio, em carne e osso. Não é desses tipos comuns de artistas que vivem de ilusão. Não. Bukowski é diferente. È homem Sempre verdadeiro em sua prosa ou em seus poemas, o velho diz exatamente aquilo que está enganchado em sua garganta. Estou falando de mim. Com minha necessidade de
entender o mundo. Ou, talvez, esquecê-lo de vez. 
Afinal, a história da Melancolia inclui todos nós. Sinto-me bem só, as vezes que tentei mudar isso, percebi que não se pode mudar o que é. A solidão sempre foi, e sempre será minha melhor campainheira. O lado solitário que Bukowski e eu temos em comum, aproxima nossas almas a cada poema, que me seduz de forma abstratamente impossível de ser concebida racionalmente.  Como ele mesmo diz. 'Os grandes homens são sempre os mais solitários." Acredito que as grandes mulheres também.

CASAMENTO MATUTO

PAI DA NOIVA -
 - Eu já to impaciente
Com essa grande demora
Chamem dois cabras valente
Pra buscarem o noivo agora
Que eu vou lhe ensinar a trilha
Se mexeu com a minha filha
Pois agora vai casar
Se mexeu com Rosalina
casa na bala da lazarina
Ou na ponta do meu punhá.

Chega dois cabras com o noivo.

MAE DO NOIVO -
Meu filho num vai casar
Pois eu digo e num me ingano
Rosalina tá de barriga
Mas num é de Fuloriano
Pois ela é muito afoita
E lá por detrás das moita
Ela bem sabe o que fez
O meu filho num vai casar
Porque ele num vai pagar
Conta de outro freguês.


NOIVA -
É mentira seu vigário
Que a Maroca inventou de mim
Ela num que o casamento
Mas a barriga é dele sim
Ele deve se lembrar
Quando nós ia se encontrar
Brincando dentro das paia
E foi numa dessas ida
Que eu fui e voltei perdida
Ele qué é fugir da raia.

PAI DA NOIVA -
Dona Maroca eu digo
Num queira mudar de assunto
Por que daqui o seu filho
Sai casado ou sai defunto
Minha filha num é puta
Eu nu perdo essa disputa
E hoje sai casamento
Senhor vigaro se apresse
Dispense a briga e comece
Logo esse casamento.

NOIVO -
Seu padre eu posso falar
Dar a minha opinião?
Eu num quero me casar
Com a Rosalina não.

PAI DA NOIVA -
Tá cunversando bestêra
Seu filho de chocadêra
Se eu disse que vai casar
É na faca ou no cacete
E nem chuva de picarete
Faz a palavra eu quebrar.

PADRE -
Deixe de enrolação
Vou começar o casóro
Já vi que a opinião
Quem dá é o seu Honóro.
Fuloriano Corrêa
Mermo debaxo de Pêa
Me responda nesse momento
Se você então aceita
Sem revolta e sem suspeita
Rosalina do Nascimento?

NOIVO -
Aceitá, eu num aceito
Num é a minha vontade
Eu nem sei se Rosalina
Tem barriga de verdade.
Se tem é porque já tinha
Garanto que num é minha
E eu num quero me casar não
Seu Honóro me perdoe
Mas acho que a culpa foi
De algum ôtro da região.

PAI DA NOIVA -
Que cunversa de ôtro é essa
Minha filha é bem direita
Se disse que o filho é seu
Acredito sem suspeita
E se disser que num vai casar
Vou pegar e lhe capar
Cortar o que você tem
Pra você aprender
A nunca mais ir mexer
Cum filha de seu ninguém.

NOIVO -
Que é isso seu Honóro
Eu caso com muito gosto
Mermo eu sei que Rosalina
Nunca vai me dar desgosto
Vai me dar muito carinho
A eu e a nosso filhinho
Que eu já quero muito bem
E pelo meu modo de contar
Nosso filhinho a de chegar
Lá para o ano que vem

PADRE -
Muito bem Fuloriano
Gostei do palavreado
Sua resposta foi SIM
Apesar de atrasado
E continuando o casamento
Rosalina do Nascimento
Me responda sem engano
E me diga se você qué
Casá e ser a muié
Desse tal Fuloriano?

NOIVA -
Sua pregunta num me aperrêa
E minha resposta é concreta
Fuloriano Corrêa
Tem tudo o que me compreta
Minha resposta é SIM
Ele nasceu para mim
Daqui vai sair casado
E o que Fuloriano fez
Só daqui a nove mês
É que se ver o resultado.

PADRE -
Declaro agora casado
Como seu Honóro quis
Esse casal de abestado
Esse par de infeliz
E agora minha gente
Vamos festejar contente
E Vamos comemorar
Este infeliz casóro
Viva os noivo e seu Honóro
E viva o nosso arraiá.

Autor: Francisco Adriano de Sousa


AS LÁGRIMAS E O SOL

Jamais pensei que o sol tivesse alguma coisa a ver com as lágrimas.
Mas descobri que ambos são tão contrários e ao mesmo tempo tão idênticos....

As lágrimas percorrem os rastros tristes por onde passou a dor e a tristeza;
O sol percorre o caminho da noite, por onde passou a escuridão e o medo.

O sol derrama os seus raios sobre a face da terra, revelando as cores da vida;
As lágrimas escorrem sobre a face da dor obscurecendo as cores do sorriso.

O sol vem depois do silêncio da noite e trás esperanças de um novo dia;
As lágrimas vêm a qualquer hora, o seu silêncio é dor e não há esperanças.

O sol brilha sobre a face da terra e tem o seu curso previsto no horizonte;
O brilho das lágrimas é a incandescência da tristeza no horizonte do rosto aflito.

O sol é calor da vida que se faz da luz nascente a fábrica de sonhos do amanhã;
As lágrimas é o sonho congelado no meio da escuridão onde o futuro é incerto.

O calor do sol germina as sementes de sonhos de quem plantou o amor;
As lágrimas regam o solo da alma, molham as terras do espírito,
E faz nascer a esperança de que, o choro pode durar uma noite,
Mas a alegria vem ao amanhecer.

Por: Deusimar Rodrigues




O PERFIL DE ARARIPE


Eis aqui um traçado
De tantos anos de glória,
De luta e de conquista,
De perda e de vitória,
De alegria e de lamento
E agora eu vos apresento
O ARARIPE e sua história.

O Araripe, Brejo Seco,
Como assim foi chamado,
O Araripe, coronelista,
Por quem tanto foi comandado,
O Araripe de labuta,
De Pedro Silvino e da luta
Que em 14 foi destacado.

Segundo depoimentos
Dos primitivos povoadores
Provenientes do Icó
Eram os certos fundadores
Juntos com mais alguns
Do sertão dos Inhamúns
Sendo esses posteriores.

Em 1850
Antonio Liberalino fundou
A primeira escola
Onde nesta lecionou
Sendo que, tempos depois,
Em fins de cinqüenta e dois
Do lugarejo emigrou.

Mas ainda em cinqüenta e dois
Instalou Antonio João
Uma outra escola
Que teve pouca duração
E só dez anos depois
Em abril de 1862
Retomou-se a educação.

Já em 1849
Em casas residenciais,
Uma delas existente
Na Rua Alexandre Arrais,
As primeiras missas foram celebradas
E anos depois foram criadas
Capela e igreja locais.

Tendo esta capela
Como o seu padroeiro
Santo Antonio, que muitos,
Dizem ser casamenteiro,
Feita esta preferência
Talvez que por influencia
De algum fiel verdadeiro.

Ainda Brejo Seco
Era a denominação
Quando transformada em vila
A pequena povoação
Onde José Arnaldo pereira
E Pedro Alves de Oliveira
Tiveram destacada atuação.

Em 1889
Teve o seu nome alterado
De Brejo Seco passou
A Araripe ser chamado
Assim denominada
Uns dizem que por a chapada
Em que está situado.

Na opinião do tupinólogo,
O ilustre Thomas Pompeu,
Diz-se que o município
Este nome recebeu
Por sua área de serras
Está em meios as terras
Que a Chapada Araripe abrangeu.

Mas também, literalmente,
Pode ter como significado
"No Rio das Araras",
Por estas aqui ter habitado,
Mas seguindo-se a norma
Ainda tem outra forma
Em que pode ser explicado.

Diz-se que ARA quer dizer DIA
E ARI diz COMEÇAR
PE por sua vez,
Em certa língua é LUGAR.
Que tal frase se formaria
"LUGAR ONDE COMEÇA O DIA"
Para Brejo Seco nomear.

E entrando no assunto
De riquezas naturais
Não se encontra nessas terras
Riquezas em minerais
Que se diga com  evidência
Mas verifica-se a existência
De riquezas vegetais.

Abundantes frutos silvestres
De valor alimentício,
Notadamente o pequi,
Que nesta terra é propicio,
Depois vem o Cambuí,
A gabaria e o cajuí,
Com seu valor vitalício.

Na sua economia
Tem um valor fundamental
A farinha de mandioca
Depois da fase industrial,
Que possuiu em certos tempos
Mais de 300 aviamentos
Com 200 000 sacos, anual.

A farinha e a goma
Tem sido sempre o seu forte
O Araripe já possuiu
A maior fábrica de grande porte
Que era considerada
A mais bem aparelhada
Da nossa região norte.

Rodeiam a sua sede
Outros demais povoados
Que através de leis e mais leis
Foram aos poucos mudados
E com projetos e escritos
São hoje quatro distritos
Mais adiante citados.

O distrito do Brejinho
Por seus primeiros povoadores
Era conhecido por Baixio
Mas os seus desbravadores
Sem querer deixar lacuna
Deram-lhe o nome de Ibiúna,
Não aceito pelos moradores.

Na  década de cinqüenta
Teve ali celebrada
A sua primeira missa
Que se tem constatada
E em 1956
Teve-se ali por sua vez
Uma festa a padroeira dedicada.

O Brejinho tem uma área
De preservação ambiental
E é um distrito
De grande potencial
Por dispor de muita beleza
E por sua grande riqueza
De recurso natural

Também o Riacho Grande
Com criação e agricultura
Tem grande participação
Com uma notável cultura
Em que é, todavia,
Destacado em poesia
E na parte da pintura.

O Pajeú se destaca
Com sua cultura viva
Com a dança do Reis Congo
Que permanece ativa
E a agricultura com o seu brilho
Mandioca, feijão e milho,
Vegetais em que cultiva.

Alagoinha também distrito
Fica bem localizado
Distante da sede
20 km aproximado
Tendo essa denominação
Devido a sua aproximação
A um lago ali situado.

Apresenta um relevo
De morros, constituído,
O açude João Luiz
Por moradores construído
Que com determinação
Tem 06 km de extensão
Em 22 meses concluído.

Eis aí o nosso Araripe
Desde o momento em que partiu
Muita coisa já mudou
Porém o seu modo gentil
Será sempre a sua glória
E aqui termino a história
O Araripe e Seu Perfil.

Ilustre poeta araripense Adriano.

Um pouco do perfil da minha cidade natal. Saudade das pessoas e lugares. Como diz meu Pai, saímos do Araripe, mais o Araripe não saiu de nós.




terça-feira, 25 de junho de 2013

DE VOLTA





ESTOU DE VOLTA COM O BLOG. 
ESTIVE FORA POR UM TEMPO, MAIS AGORA VOLTAREI COM TODA FORÇA!..
PRETENDO COLORIR O BLOG COM MUITA POESIA E PROSA, VOU PUBLICAR ALGUMAS POESIAS ANTIGAS DO MEU POETA FAVORITO. MEU PAI. 

PRETENDO VESTIR O BLOG COM UMA NOVA ROUPAGEM.
EXPRESSAR AQUI MINHAS ANGUSTIAS, ALEGRIAS E SENTIMENTOS  QUE SERÃO IRREVERENTEMENTE MATERIALIZADAS EM TEXTOS INTIMISTAS. 

È ISSO!


BEIJOS A TODOS!